“O dinheiro da corrupção é o dinheiro que falta nos hospitais, nas escolas, nas estradas.” Esta afirmação do representante do Ministério Público Federal e coordenador da Rede de Controle da Gestão Pública em Santa Catarina, André Stefani Bertuol, resumiu a preocupação dos palestrantes da solenidade de abertura do 3º Encontro Catarinense de Controladores Internos Municipais, na noite de quarta-feira (9/12), no auditório do Tribunal de Contas de Santa Catarina. Na ocasião, foi celebrado o Dia Internacional de Combate à Corrupção de 2015, data instituída na Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, no México.
O objetivo do evento é aproximar os controladores internos dos órgãos de controle externo, para fortalecer a gestão pública, além de aumentar a transparência e a eficiência da gestão, para tentar prevenir a ocorrência de fraudes e erros. Até esta sexta-feira (11/12), agentes públicos que atuam nas Unidades de Controle Interno (UCI) das prefeituras de Santa Catarina vão discutir a estrutura adequada, suas atribuições e responsabilidades, estratégias de planejamento e atuação, procedimentos e atualizações normativas aplicáveis, visando ampliar a autonomia e a capacidade operacional dessas unidades
Na abertura do evento, André Stefani Bertuol fez uma síntese da atuação da Rede de Controle nos últimos dois anos. Destacou projetos como o “Transparência” e “Controle Internos nos Municípios”, que têm natureza preventiva no combate à corrupção. O representante do MPF ressaltou também a campanha “10 Medidas contra a Corrupção”, lançada pelo órgão e referendada por diversas instituições, entre elas o TCE/SC. Segundo ele, até agora já foram registradas mais de 850 mil assinaturas no documento que será encaminhado ao Congresso Nacional como Projeto de Lei de iniciativa popular.
A criação e a estruturação da controladoria-geral do município de São Paulo foi o tema da palestra que marcou a abertura do Encontro. Marcelo Campos da Silva, auditor da Controladoria-Geral da União e ex-controlador-geral adjunto da prefeitura de São Paulo, traçou os caminhos percorridos pelo órgão desde a sua criação, em 2013. A controladoria atua na prevenção e no combate à corrupção na gestão municipal e é dividida em quatro áreas de atuação: corregedoria-geral do município, ouvidoria-geral, coordenadoria de auditoria interna e coordenadoria de promoção da integridade pública.
“O desafio de controlar uma cidade como São Paulo, com 11,2 milhões de habitantes e que responde por 12,26% do PIB nacional era muito grande”, disse Marcelo da Silva, ao relatar as dificuldades iniciais da implantação do órgão. Entre os procedimentos criados pela Controladoria-geral do município paulista está a análise da evolução patrimonial do servidor. Segundo ele, tal análise auxilia na identificação de focos de enriquecimento ilícito e de corrupção. O caso mais relevante, até o momento, refere-se ao “ISS Habite-se”, considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história do município, com desvio de R$ 500 milhões. A operação resultou na prisão de quatro servidores da prefeitura. Na avaliação do ex-controlador-geral adjunto, este trabalho associa inteligência, cruzamento de dados de diversas instituições e requer autonomia do órgão de controle.
A organização do encontro está sob a responsabilidade do Instituto de Contas (Icon) do TCE/SC. A realização é da Rede de Controle da Gestão Pública em Santa Catarina e tem o apoio do TCE/SC, Tribunal de Contas da União, da Controladoria-Geral da União, do Governo Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público de Santa Catarina, Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina e da Federação Catarinense de Municípios (Fecam).
Serviço: 3º Encontro Catarinense de Controladores Internos Municipais da Rede de Controle
Quando: de 9 a 11 de dezembro de 2015 Onde: Auditório do TCE/SC Público-alvo: Agentes públicos que atuam nas Unidades de Controle Interno (UCI) das Prefeituras Catarinenses Informações: apoioicon@tce.sc.gov.br ou (48) 3221-3834 |
Saiba mais 1: Rede de Controle da Gestão Pública
É um centro decisório interorganizacional, que visa aprimorar a efetividade da função de controle do Estado sobre a gestão pública. A partir da celebração do Protocolo de Intenções, em 25 de março de 2009, iniciou-se a efetivação da Rede, por meio da realização de Oficinas de Trabalho, em Brasília, e a implantação de Redes nos Estados.
O principal objetivo da Rede é desenvolver ações direcionadas à fiscalização da gestão pública, ao diagnóstico e combate à corrupção, ao incentivo e fortalecimento do controle social, ao compartilhamento de informações e documentos, ao intercâmbio de experiências e à capacitação dos seus quadros.
Para tanto, a estratégia adotada está sendo a de ampliar e aprimorar, de modo expresso e efetivo, a articulação de parcerias entre os órgãos públicos e as entidades, nas diversas esferas da Administração Pública, mediante a formação de rede de âmbito estadual e federal, bem como a interação dos signatários do acordo estadual com a Rede de Controle da Gestão Pública.
Em Santa Catarina, a Rede foi criada em 2010. Atualmente é composta por 16 instituições públicas, entre elas o TCE/SC.
O 1º Encontro Catarinense de Controladores Internos Municipais ocorreu em 2011, na sede da Fiesc, em Florianópolis. O 2º foi realizado em dezembro de 2014, na sede do Tribunal de Contas de Santa Catarina, com organização da Rede de Controle da Gestão Pública em Santa Catarina, em parceria com o Icon do TCE/SC. |
Fonte: http://www.rededecontrole.gov.br/portal/page/portal/rededecontrole/sobre
Saiba mais 2: Instituições que integram a Rede de Controle da Gestão Pública em Santa Catarina
1. Advocacia-Geral da União |
Com informações de: http://www.rededecontrole.gov.br/portal/page/portal/rededecontrole/sobre
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